sexta-feira, 19 de setembro de 2008

No Jardim (Por Max Lucado)


É quase meia-noite quando eles deixam o cenáculo e descem pelas ruas da cidade. Eles passam pelo Tanque Inferior e passam pelo Portão da Fonte, saindo de Jerusalém. As estradas estão forradas com os fogos e barracas de peregrinos da Páscoa. A maioria está dormindo, fartos com a refeição da noite. Aqueles ainda acordados não dão importância ao bando de homens que caminham pela estrada calcária.
Eles atravessam o vale e sobem o caminho que os levará a Getsêmani. A estrada é íngreme e eles param para descansar. Em algum lugar dentro das muralhas da cidade o décimo segundo apóstolo desce sorrateiramente uma rua. Os pés dele foram lavados pelo homem que ele trairá. O coração dele foi tomado pelo Maligno que ele ouviu. Ele corre para encontrar Caifás.
O encontro final da batalha começou.
Quando Jesus observa a cidade de Jerusalém, ele vê o que os discípulos não podem. É aqui, nos arredores de Jerusalém que a batalha terminará. Ele vê as manobras de Satanás. Ele vê o corre-corre dos demônios. Ele vê o Maligno se preparando para o encontro final. O inimigo olha como um espectro aquela hora. Satanás, o anfitrião do ódio, agarrou o coração de Judas e sussurrou na orelha de Caifás. Satanás, o mestre da morte, abriu as cavernas e se preparou para receber a fonte de luz.
O inferno está se soltando.
A história registra isso como a batalha dos judeus contra Jesus. Não era. Era uma batalha de Deus contra Satanás.
E Jesus sabia disso. Jesus sabia que antes que a guerra acabasse, ele seria levado cativo. Ele sabia que antes da vitória viria a derrota. Ele sabia que antes do trono viria o cálice. Ele sabia que antes da luz de domingo viria a escuridão de sexta-feira.
E ele tem medo.
Ele vira e começa a subida final até o jardim. Quando ele chega à entrada, ele pára e volta os olhos para o círculo de seus amigos. Será a última vez que ele os vê, antes deles o abandonarem. Ele sabe o que farão quando os soldados vierem. Ele sabe que até a traição deles falta poucos minutos.
Mas ele não acusa. Ele não dá carão. Ao invés disso, ele ora. Os últimos momentos dele com os seus discípulos são em oração. E as palavras que ele fala são tão eternas quanto as estrelas que as ouvem.
Imagine, por um momento, você mesmo nesta situação. Sua hora final com um filho prestes a ser enviado para uma terra distante. Seus últimos momentos com seu cônjuge que está morrendo. Uma última visita com seu pai. O que você diz? O que você faz? Que palavras você escolhe?
É notável que Jesus decidiu orar. Ele decidiu orar por nós. “Eu não estou orando somente por eles, mas também por aqueles que ainda vão acreditar em mim por intermédio do ensino deles, para que todos sejam um só. Pai, oro também para que eles estejam em nós, assim como eu estou no senhor e o senhor está em mim. Que eles sejam um para que o mundo acredite que o senhor me enviou.” [1]
Você precisa prestar atenção que nesta oração final Jesus orou por você. Você precisa grifar em vermelho e realçar em amarelo o amor dele: “Eu também estou orando por aqueles que ainda vão acreditar em mim por intermédio do ensino”. Isso é você. Enquanto Jesus entrou no jardim, você estava na oração dele. Quando Jesus olhou ao céu, você estava na visão dele. Quando Jesus sonhou com o dia em que nós estaríamos com ele, ele viu você lá.
A oração final dele era por você. A dor final dele era para você. A paixão final dele era você. Ele vira então, entra no jardim, e convida Pedro, Tiago e João a seguirem. Ele lhes diz que a alma dele “está profundamente triste, até à morte”, e começa a orar.
Ele nunca se sentiu tão só. O que deve ser feito, só ele pode fazer. Nenhum anjo pode fazer. Nenhum anjo tem o poder para quebrar os portões de inferno. Nenhum homem pode fazer. Nenhum homem tem a pureza para destruir o controle do pecado. Nenhuma força na terra pode enfrentar o poder do mal e ganhar, exceto Deus.
“O espírito está disposto, mas a carne é fraca”, Jesus confessa.
Sua humanidade implorou par ser livrado daquilo que sua divindade poderia ver. Jesus, o carpinteiro, roga. Jesus, o homem, olha para dentro do buraco escuro e implora, “será que não pode haver outro jeito?”
Será que ele sabia da resposta antes que ele fez a pergunta? Será que seu coração humano imaginava que seu pai divino havia achado outra maneira? Nós não sabemos. Mas nós sabemos que ele pediu para escapar. Nós sabemos ele implorou por uma saída. Nós sabemos que havia um momento, no qual, se ele pudesse, ele teria se retirado da enrascada toda e ido embora.
Mas ele não pôde. Ele não pôde porque ele viu você. Aí mesmo no meio de um mundo que não é justo. Ele lhe viu num rio de vida que você não pediu. Ele lhe viu traído por aqueles que você ama. Ele lhe viu com um corpo que adoece e um coração que cresce enfraquece.
Ele viu você em seu próprio jardim de árvores tortas e amigos adormecidos. Ele lhe viu fitando o buraco dos seus próprios fracassos e a boca de sua própria sepultura.
Ele viu você em seu próprio Jardim de Getsêmani – e ele não queria que você estivesse só. Ele queria que você soubesse que ele esteve lá também. Ele sabe o que é ser alvo de um complô. Ele sabe o que é ficar confuso. Ele sabe o que é ficar dividido entre dois desejos. Ele sabe o que é sentir o fedor de Satanás. E, talvez mais que tudo, ele sabe o que é implorar a Deus para mudar de plano e ouvir Deus dizer tão suavemente, mas firmemente, “Não”.
Pois foi isso que Deus disse a Jesus. E Jesus aceita a resposta. Em algum momento durante aquela hora de meia-noite um anjo de clemência chega para o corpo cansado do homem no jardim. Quando ele fica de pé, a angústia não mais está nos olhos dele. Seu punho não se apertará mais. O coração dele não lutará mais.
A batalha é ganha. Você pode ter pensado que foi ganha no Gólgota. Não foi. A batalha final foi ganha em Getsêmani. E o sinal da conquista é Jesus em paz entre as oliveiras.
Porque foi no jardim que ele tomou sua decisão. Ele preferiria ir para inferno por você do que ir para o céu sem você.

Um comentário:

Rosana disse...

Eu nem sei como dizer... Mas foi algo que falou profundamente em meu coração, saber que um homem como eu, passou e passaria por tudo isso, exclusivamente por mim. Sou muito feliz por ter ao meu lado o maior de todos os heróis. Muito antes de acabar de ler, eu já estava chorando. Nossa...Como amo esse DEUS!!!

Não se importa você???

Não se importa você???
Que almas estão presas? Que milhões tão perdidas? Que elas vivem sem paz? E que lutam e choram em vão? Que sem Deus morrerão, porque ninguém lhes tráz boas novas de paz e perdão???

Só Jesus

Só Jesus
"Respondeu-lhes Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao pai se não por mim." Jo 14:6 - A Humanidade tem um problema sério... Somos separados de Deus, e não há nada que possamos fazer para mudar isso... Nem mesmo uma vida inteira praticando boas obras poderá nos fazer filhos de Deus. Nada... Absolutamente nada que façamos poderá nos levar a Deus. E sabendo disso, o Senhor providenciou uma solução... Enviou o seu único filho, para fazer por nós aquilo que nós mesmos não podemos fazer: Pagar o preço por nossos pecados. E essa é a única forma de nos tornarmos filhos de Deus: Aceitando a obra redentora de Cristo. Eu preciso disso, você precisa disso... Todo mundo precisa... Nossas crianças também precisam saber!!!

É Reconfortante saber que Ele faria tudo novamente...